Dialética

Colaboração de Qualidade

Em 2007, o desastre aéreo da TAM gerou diversas gafes nos meios de comunicação. Ana Brambilla, jornalista e editora assistente de conteúdo colaborativo da Editora Abril, comenta sobre o caso do acidente da TAM em que a UOL, disponibilizando um espaço de fotos, publicou no site uma foto enviada por um internauta. A veracidade da foto foi questionada por outros leitores do portal e passou a ser analisada e, posteriormente, retirada do site por constatação de fotomontagem.

Para Mário Lima Cavalcanti, diretor executivo do site Jornalistas da Web , a tendência da colaboração é natural e não interfere o jornalista profissional. Em entrevista ao site Revista Ponto Com , Mário comenta sobre a importância do Jornalismo Cidadão e como ele pode contribuir positivamente com o jornalista diplomado.

Além de proporcionar uma visão mais ampla e realista de mundo, a diversidade das informações é capaz de enriquecer matérias jornalisticas. Juliana Dias, do Portal Colaborativo Correio do Nagô , traz exemplo de colaboração com qualidade e, principalmente, essencialmente enraizado nas etnias africanas. O Portal disponibiliza o espaço Você Repórter , possibilitando que pessoas enviem vídeos, textos e fotografias, exigindo como requisito que todos os materiais enviados tenham estilo  jornalístico.

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Adaptações Inevitáveis

Há muito, a discussão sobre o fim do jornal impresso tem destaque nas rodas de jornalistas conservadores e adeptos as novas tecnologias.

Pesquisa realizada pela New Yorker, em 2008, revela que as editoras perderam, em três anos, 42% do seu valor de mercado negociado em bolsa. Grandes grupos da comunicação, como a New York Times Company, perdem força desde 2004.

A crise econômica tão comentada e até mesmo dramatizada nos veículos de comunicação e no nosso dia a dia, nos remete a necessidade de aplicar bem os investimentos e cortar todos os gastos possíveis.

Um remanejamento financeiro e um novo caminho para satisfazer os leitores podem ser uma solução para criar um jornalismo mais democrático.

Se aproveitarmos o exemplo da crise econômica mundial e questionarmos até que ponto ela merece tanta atenção, perguntaríamos aos critérios do newsmaking: o que faz disso interesse unânime?

O webjornalismo participativo é um viés importante, futuro meio que não podemos ignorar e que certamente modificaria a idéia de newsmaking e o poder do jornalista definir o que é do interesse do público.

Com a tendência de crescimento deste setor, certamente a desconfiança que hoje as fontes na internet geram, aos poucos enfraqueceria, pois a apuração dos fatos seria critério indispensável nas pautas e materiais jornalísticos e a qualidade hoje debatida entre a notícia gratuita on line e a do jornal impresso, poderia se distanciar de acordo com a exploração e valor profissional que o webjornalismo receber.

Os micropagamentos podem forçar os grandes veículos de informação impressos a repensar o custo comparando-se a internet. Tão mais prático é pagar somente pelo que lhe interessa e não ter de comprar um pacote de informações a qual boa parte pode não agradar ao leitor.

Fato é que tais mudanças não são imediatas. De acordo com a mais recente pesquisa da Cetic (Centro de Estudos Sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação) realizada em 2007 e publicada em 2008, apenas 24% da população tem acesso ao computador e a internet.

Por condições de desigualdade tecnológica ou preferência, o jornal impresso sempre terá seu público. O que podemos incluir como item atrativo do jornal impresso é sua gratuidade, citando jornais diários de crescente circulação como o Metro e Destak.

As inovações sempre tem uma possibilidade, mesmo que mínima, de agradar ao publico e resgatá-lo como leitor assíduo.

O The Printed Blog, criado em 27 de janeiro por Joshua Karp aposta em nova diagramação. É um jornal impresso com visual de um blog e seu conteúdo é retirado de forma colaborativa por blogueiros de plantão, possibilitando a divulgação do trabalho de aspirantes a jornalista e fotógrafos.

Novidades como esta de Joshua Karp podem não obter o resultado esperado, mas certamente já é possível considerá-las como bons projetos experimentais. O que o público define é o que ele gostaria de receber das novas mídias e grande imprensa e, portanto de grande importância para repensar o futuro do jornalismo e webjornalismo.

Por Sâmia Gabriela

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Manual Obrigatório

Sâmia Gabriela

A Arte De Fazer Um Jornal Diário, de Ricardo Noblat (Contexto; 2002; 176 páginas)

Muitos profissionais de jornalismo afirmam que o futuro do jornal impresso é uma indagação com resposta certa, mas sem confirmação de data exata. Há os que arriscam afirmar o tempo para que o fim dos jornais ocorra. Porém é difícil até mesmo afirmar tal possibilidade sem nem mesmo discutir os fatores que contribuem para a diminuição de vendas de exemplares e a falta de coragem de buscar mudanças no meio impresso que agradem ao leitor, cansado dos modelos estabelecidos desde sempre, com sutis modificações.

Se pensarmos que novas mídias estão assumindo o papel de maiores informantes dos leitores, as quais não abrangem somente um público jovem, mas as pessoas que por praticidade e agilidade num cotidiano intenso adotam novas tecnologias, mais rápidas e superficiais como meio de informação constante e rápido, somos obrigados a buscar novos meios de causar interesse no público que antes lia o jornal ou a quem nem mesmo criou este hábito.

Ricardo Noblat em “A Arte De Fazer Um Jornal Diário” nos proporciona a oportunidade de discutir sobre o rumo que o jornal impresso tomou a partir do momento em que seguiram modelos de informação adotados pelo rádio e televisão, o cotidiano da redação, as dificuldades e a situação em que o jornalismo vive, na qual jovens fazem parte de uma redação com poucos profissionais qualificados e a superficialidade rege no processo de construção de materiais jornalísticos.

Noblat trabalhou no Correio Braziliense e em diversas sucursais de grandes jornais e retrata com riqueza os diversos obstáculos na produção do jornal diário, enfatizando o valor que esta constante produção tem, e a dedicação que ela merece em contraponto a posição que muitos profissionais adotam. Discute a escassez de noticias encontradas fora da redação e as pautas similares entre jornais concorrentes.

Este verdadeiro manual a estudantes de jornalismo deve ser leitura obrigatória também aos jornalistas de longa data, uma vez que o conservadorismo impede mudanças necessárias nos meios de comunicação.

Autor também de “O Que É Ser Jornalista”, Noblat em seus 35 anos de carreira buscou sempre inovações e acompanhou com cautela as evoluções no meio jornalístico. A discussão nos faz repensar a profissão do jornalista que deve retomar sua essência, mesmo que idealista, enfrentando assim os medos que a maioria dos profissionais tem ao diferenciar suas produções, seja qual for o gênero jornalístico.

Dentre os diversos conselhos do jornalista, a ousadia e o reconhecimento de sempre procurar o aperfeiçoamento na escrita é um dos detalhes mais expressivos em “A Arte De Fazer Um Jornal Diário”.

Ricardo Noblat expõe a eterna agonia de escrever, as falhas constantes na escrita e faz pensar se até mesmo esta resenha já chegou ao ponto maduro de um bom texto, ou será melhor reescrevê-la?
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O Poder da Mídia e da Ética

 

A mídia não somente informa como educa e forma opiniões na sociedade que nela é profundamente integrada quando se trata de valores, atitudes, pensamentos e julgamentos

 

O mundo e as verdades pela mídia, veiculados sem a menor pretensão ou preocupação com o efeito causado na sociedade, é tão fixo quanto o que é imposto por ela mesma

 

Portanto os grandes veículos de comunicação, podem até criar uma imagem ética, mas pouco fazem quando o que está envolvido tem relação com manutenção de poder, persuasão, lucro e muitas vezes o prestígio baseado em atitudes profissionais erradas

 

O melhor meio de utilizar o poder que a mídia tem, considerando a extrema responsabilidade social que ela acarreta, é buscar meios alternativos que não a grande imprensa ou poderosos canais televisivos e radiofônicos

 

A formação de melhores cidadãos e conscientes de que o que é veiculado na comunicação de massa, pode surgir de pequenas comunidades, organizações não governamentais e até mesmo se apropriando de facilidades tecnológicas, como a internet

 

Não se deve considerar o que é imposto por grandes veículos de comunicação e sim manter a única verdade de que ferramentas todos os comunicólogos possuem, somente se esquecem é de que sempre existe a opção de escolha.
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Ser feliz é…

 

É engraçado como nos esquecemos da real felicidade que somos capazes de sentir quando rimos em companhia de amigos e familiares, quando somos criativos e livres, quando pensamos a vida e seus reais sentidos e ainda assim acreditamos facilmente que ser feliz pode ser algo encontrado onde a mídia nos mostra ser a fonte; em produtos idílicos que brincam com nossos ideais frustrados pelo nosso cotidiano.

 

Com nossa rotina rápida e repetitiva, nos tornamos pessoas menos reflexivas e muito mais práticas quanto ao dia-a-dia em que vivemos

 

Não contestamos padrões impostos na sociedade nem mesmo suas definições de felicidade e satisfação com a vida. Tais definições, que são disfunções da mídia, mostram o que realmente nos importa, mascaradas em produtos por muitas vezes desnecessários à nossa felicidade.</

 

A filosofia de Epicuro, filósofo grego do período helenistico, nos faz refletir sobre a possibilidade de sermos felizes, mesmo sem alcançar o espaço brilhante e glorioso visto em campanhas publicitárias.

 

A verdade é que nossos sentimentos recalcados são direcionados muitas vezes para o consumo, pois é através dele que somos aceitos socialmente, nos aliviando a dor de não sermos verdadeiramente livres

 

Portanto, a felicidade teve de servir para a publicidade, pois é o único bem real, fácil e gratuito inserido em outro nível, inalcançável e desejado, quando na verdade a temos sem custo algum.
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Período Eleitoral

 

Fico imaginando tamanho o orgulho que eles sentem a cada eleição. São verdadeiros artistas. Rimam, cantam, criam slogans incríveis e tem até mesmo os que topam certos micos, uivando, compartilhando copos de bêbados e vestindo seu cachorro com camiseta estampada com o nome do candidato. Aí o mico já pertence ao cão, mas, é sorte do pobre animal não reconhecer tal situação! E que sorte invejável

 

Fascinante mesmo é ter Oscar Maroni na Coligação Tostão X Milhão. Afinal ele está contra quem? Queria eu saber onde um hotel de 223 suítes em Moema, um Jaguar, uma Mercedez, um Jet Sky e uma porção de fazendas custam tão pouco. Um tostão declarado em aproximadamente 34 milhões, fora o Bahamas

 

Patrimônio este maior do que de Paulo Maluf, quem diria; Maluf, aquele que disse: “Se o Pitta não for um bom prefeito nunca mais votem em mim.” Frase manjada, mas nos faz recordar de diversos fatos, dentre eles o esquema de propina da máfia dos fiscais, no qual Vicente Viscome, também candidato a vereador, foi condenado a seis anos de prisão pela participação na sujeirada. Eis que o show sempre tem de continuar e Vicente Viscome também é da Turma dos Tostões e tem declarado mais de cinqüenta imóveis.

 

É, “peroba neles!” Peroba neles se Osmar Lins não tivesse também tantos bens e diversas fazendas na Bahia.

 

Em quem devemos acreditar então? Tem candidato que declara boate e outros que somente um celular. Absurdamente tem os que declaram dormir na rua e ainda assim há os que se chocam com os comentários de Soninha Francine quanto a mais um show de palhaçadas na Câmara.

 

Com tanta ladainha prefiro acreditar no que vejo, nas deficiências do governo, e no sofrimento e alegria do povo.

 

E penso que a felicidade real existe na verdade, seja ela qual for. Fato é que a verdade não está no horário eleitoral e muito menos nas aprovações de projetos na Câmara. Ah, Façam-me o favor!
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Força Regional

 

“A MTV ajudou a consolidar uma cadeia midiática específica para o rock. Ela tornou possível o acesso de bandas independentes e de manifestações de gênero restrito a especialistas. É a MTV que irá possibilitar, em fins da década de 1990, que bandas como Charlie Brown Jr. alcançasse índices de vendagem significativos sem passarem necessariamente pelos grandes canais televisivos. Esse contexto ajudou a fortalecer tanto as manifestações locais como a valorização dos aspectos mundializados dos diversos agrupamentos roqueiros. Desse modo surge o movimento que iria marcar a história do rock brasileiro na década de 1990: o manguebeat. Antes de tudo, é preciso afirmar que, apesar das guitarras, o manguebeat é rock na atitude e nos ideais, mas é também uma miscelânea musical que envolve samba, rap, funk, ritmos regionais e hardcore.” (JANOTTI Jr, Jeder Aumenta que isso aí é rock and roll – mídia gênero musical e identidade. Rio de Janeiro: E papers, 2003, p.99)

 

A arte é, de acordo com os Estudos Culturais, uma atuação de extrema importância do individuo na sociedade. Sendo assim, qualquer manifestação local não deve ser desprezada, mas sim colocada em posição de estudo, valorização e até mesmo de difusão, enquanto esta arte expresse valor político e/ou social

 

A inserção do popular na mídia resgata, de certa forma, a força regional que na verdade tem a sua facilidade de visibilidade dentro dos meios de comunicação a partir da posição do produto midiático já consolidado na mídia, que pode lhe proporcionar espaço, como no exemplo citado, manguebeat e o rock.

 

Os Estudos Culturais, assumindo uma posição política, relevam as subculturas, não somente pela identificação e características que revelam sobre a sociedade, como as analisam dentro de um contexto histórico que os levam a pensar a sociedade dentro de um fluxo de informações, negando analises a partir da “alta cultura” para as locais.

 

É importante ressaltar movimentos que não permitem tal apropriação dos mass media devido à sua ideologia, como no caso do hip hop, com mensagens de resistência e protesto.

 

A soma das características regionais do manguebeat ao rock determina fortemente a própria cultura brasileira que é por si só miscigenada. Entender e dar a devida importância às manifestações das subculturas nos leva a enxergar mais claramente os indivíduos verdadeiramente atuantes, como são de fato.
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Filosofando…

 

“a construção do mito por uma sociedade tem sua expressão estética na literatura, no teatro, na pintura, na música. Tem uma expressão religiosa através do culto. Tem uma expressão política, quando elaborados para justificar o exercício do poder público (…) As necessidades humanas que deram origem a essas bonitas histórias, são as mesmas que perpassam o esforço de todo dia das sociedades e dos cidadãos para se desenvolverem, para organizarem sua vida social de forma mais justa, para melhorarem suas formas de comunicação, para introduzirem um pouco mais de beleza e amor na existência, para aumentarem o conhecimento e explicação sobre os fenômenos e acontecimentos que dominam suas vidas, para viverem com mais arte, prazer, felicidade, enfim. E ao que nos consta, nenhuma sociedade ou indivíduo já resolveu satisfatoriamente e completamente essas questões…” (MIRANDA, Danilo Santos de. Eu soou mais Zeus. S. Paulo, SENAC, 1998

 

O que é mito? Por que a filosofia se contrapõe a ele?

 

É fato que nem sempre a verdade sobre o mundo e nossas questões pessoais seja agradável e que sempre busquemos saídas para nos aliviarmos de dores indesejáveis que a vida nos traz.

 

O mito na antiguidade servia como válvula de escape para as angústias experimentadas na vida. Tal apoio não tinha só como função exprimir o que é certo ou errado, valores morais e éticos, como também auxiliava na manutenção do equilíbrio e ordem da sociedade.</

 

Os indivíduos optam por aceitar explicações sem estrutura lógica e comprometimento com a verdade que surge assim de forma maquiada, para se obter tranqüilidade.

 

Esta opção ocorre pelo medo do caos na sociedade, da violência e morte. O poder sobre a sociedade equivale à segurança que ela necessita.

 

Para a filosofia é fundamental que conheçamos a verdade, tendo ela obtida por análises e investigação científica, sem considerar explicações divinas ou ritos e mitos para as questões do mundo dos sentidos.

 

A filosofia provoca as dúvidas escondidas dentro de nós mesmos e nos faz questionar quanto aos nossos princípios, julgamentos e também pelo que aceitamos e realizamos como parte de uma sociedade que pouco difere de culturas tribais e que ainda possui muitas explicações pouco lógicas para diversas situações como na política, na religião e na arte.

 

Portanto a real felicidade só pode ser encontrada no que é real, e nada mais próximo da realidade do que nossos próprios pensamentos e indagações, seja ela uma verdade fácil ou difícil de ser aceita, deve ser o objetivo de busca em qualquer situação, amedrontadora ou empolgante.

3 Comentários Add your own

  • 1. Eli...  |  agosto 21, 2011 às 11:51 pm

    Meus parabéns por toda essa sua competência…

    Responder
    • 2. samiagabriela  |  agosto 22, 2011 às 12:17 am

      Obrigada,
      Aproveito então para te parabenizar pela sua competência também, pois sempre tenho boas novidades suas.
      Que você continue seguindo com muitas conquistas..

      Responder
  • 3. Eli...  |  agosto 22, 2011 às 10:36 pm

    Obrigado com certeza merecemos…continue assim que seu sucesso só vai aumentar muita luz.

    Responder

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